Texto originalmente publicado no site endireitar. Oportuno publicar para que mais e mais pessoas leiam e tenham acesso:
Escrito por Percival Puggina
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Segunda, 12 de Novembro de 2007 06:45
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Dezenas de debates e de artigos, ao longo de mais de duas décadas,
me permitem assegurar algo talvez surpreendente, mas comprovadamente verdadeiro:
os defensores do aborto não têm um único argumento válido. Tudo de que dispõem
são motivos e sofismas.
Os abortistas alinham, por exemplo, situações que podem levar uma mulher a querer
abortar (estupro, dificuldades financeiras, problemas familiares, traumas e por aí afora).
No entanto, descrições de motivos não são argumentos. E estão muito longe de
constituírem razões para sustentar a idéia de que o ato de abortar constitui direito
natural da mulher. O fato de que praticamente todos os crimes sejam praticados
com algum motivo mais ou menos grave não os descaracteriza como crimes em si mesmos.
Os motivos servem, se tanto, como atenuantes do dolo ou da culpa.
Também os sofismas dos abortistas são incontáveis. Vestem sistematicamente a
roupagem ilusória do raciocínio correto, concebido e organizado para induzir ao erro.
É o que ocorre, por exemplo, quando dizem que o Brasil é um estado laico, e que,
portanto, a posição religiosa contrária ao aborto não pode ser aceita. A afirmação inicial
está correta - o Brasil é um Estado laico - mas a conclusão é absurda porque, se válida
fosse, tampouco a tortura deveria ser proibida pelas mesmas razões (a Igreja é contra a tortura). É o que fazem, também, quando alegam que as mulheres ricas praticam
aborto em clínicas luxuosas ao passo que as mulheres pobres, etc. etc. etc.
Isso é verdadeiro, mas o aborto é proibido para ricos e pobres. Vale o mesmo
para a afirmação de que a mulher é dona do próprio corpo (o que já meia verdade
porque nenhum médico realizará procedimentos mutiladores), frase que em nada serve para justificar
o desejo de dispor do corpo de outro ser humano, vivo e diferente do corpo da mãe.
E vale, por fim, para o mantra de que nossa legislação “é hipócrita porque se
praticam milhões de abortos no país”. Se tal argumento fosse aceitável, toda a
legislação penal, os códigos de posturas e o código de trânsito deveriam ser
revogados pela mesma razão.
A Constituição Federal está eivada de dispositivos que conferem ao Estado o dever
de assegurar direitos individuais. No fundo, o que os abortistas pretendem é estabelecer
que o aborto é direito da mulher e dever do Estado. E defendem essa tese
sem o menor constrangimento! Não apenas apresentam motivos como se fossem razões,
não apenas esgotam as artimanhas sofísticas, não apenas exibem como argumento a própria
tese que pretendem demonstrar. Não, tudo isso é pouco perante a monstruosidade
que realmente desejam como produto de todas essas mistificações: fazer com que
os filhos das aventuras, das imprudências e dos desatinos sejam executados pelos
carrascos do Estado. Ora vão criar vergonha!
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