A jornalista Camila Souza Rodrigues dá um depoimento emocionado sobre sua experiência de viver em uma terra estrangeira - no caso a Irlanda, na Europa.
Foi por um acaso que vim parar em Dublin (capital da Irlanda), e cá estou. Passaram
5 meses de muitos momentos de alegrias e tristezas, de altos e baixos, de
saudades sem fim, mas principalmente de crescimento e amadurecimento.
Aqui eu aprendi a viver com pouco, a ir a diversas baladas
sem gastar nada; que qualquer droga chega na sua casa a hora e o dia que for, e
que é bem barato (exceto maconha), bebida também é muito barato, e por isso o
consumo de drogas e bebidas é grande, infelizmente há um alto índice de pessoas
alcoólatras e drogadas, vejo isso diariamente nas ruas.
Aqui o exercício diário, dos estudantes brasileiros, são as
longas caminhadas, por exemplo, num dia normal, meu, de escola e supermercado,
caminho aproximadamente 1h30, coisa da qual no Brasil NUNCA fazia, afinal aqui
os meios de transporte não são nada baratos, pois são muito organizados e bem
arquitetados, para que nós possamos organizar melhor o dia a dia; aqui ninguém
para o ônibus no meio da rua, aqui se tem os horários e pontos certos para cada
destino, o Luas (semelhante ao VLT no Rio de janeiro) dividem espaço com ônibus
(e tudo flui perfeitamente), carros e os Rickshaws (pessoas - na maioria brasileiros - que levam turistas
numa bicicleta) e o Dart (trem), ah e nos ônibus tem nosso querido wi-fi.
Trabalhar na Irlanda (‘work hard’). Os empregos mais comuns
cleaner (faixineira), já fui uma, au pair (baba), Kitchen Poter (quem lava a
louça, recolhi lixo e faz limpeza nos restaurantes), e na hora do aperto a
turma brasileira põe a mão na massa (literalmente), e faz comidas
tipicamente brasileiras para vender aos nossos conterrâneos (nossa como fiz e
faço empadão, não sei se aguento mais comer ). Enfim aqui a gente se vira do
jeito que dá, e que pode, a luta é muito grande, a procura de trabalho é grande
e a oferta mínima, até agora não consegui trabalho e o dinheiro vai embora num
piscar de olhos, por isso muitas meninas viram dançarinas de night clubs ou
prostitutas, já os meninos vendem drogas, afinal quem quer voltar para o
Brasil?!, muitos preferem se arriscar.
Sistema de saúde,
xiiii, nossa eu reclamava do Brasil, mas aqui é tenso, mesmo pagando
assistência medica particular o atendimento demora,de 6 a 10 horas, os
hospitais públicos o atendimento demora muito mais, medicação sempre com
receita medica, e não são nada baratos. Enfim tenho até saudades da minha
Unimed, rs
Como ser imigrante... É complicado demaisss, minha ‘sorte’ que estou conseguindo me passar
como uma Irish (irlandesa rs). Aqui tem os mais conhecidos e temidos Knackers,
na maioria jovens, de classe baixa que recebem do governo 1000 euros por mês
para gastar com drogas, bebidas e... ovos, sim ovos, o ‘esporte’ predileto
deles é jogar ovos nos brasileiros, indianos, africanos, alguns são mais
violentos ,batem, um dia desses fiquei perplexa, pois vários ‘Nackers’ se
juntaram e bateram numa mexicana, a troco de nada, a Garda (policia daqui) nada
faz, pouco se importam com os imigrantes.
Enfim viver na Irlanda está sendo uma aventura e um grande
aprendizado, hoje sei como me virar nos 30 rs; e que minha família é tudo que
tenho na minha vida, aprendi que amigos são joias preciosas; que sempre iremos nos
decepcionar com algo ou alguém, mas que não será o fim da vida; que podemos
amar alguém por uma fração de segundos, e principalmente que nada é eterno; E
que a partir de agora eu sou do mundo.
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