terça-feira, 1 de março de 2011

Wilson Batista - o samba foi sua glória

 Nesse clima de carnaval em que o Rio de Janeiro já se encontra, nada mais justo que lembrar aqui aquele que foi não só um dos maiores compositores de marchas carnavalescas de todos os tempos como também um grande sambista que já tem seu nome escrito nas páginas d ahistória da nossa música popular: Wilson Batista, o compositor da caixa de fósfotros. Nascido na cidade de campos, RJ em 3 de Julho de 1913.

                                                                    

Ainda jovem, mudou-se sozinho para o Rio de Janeiro
Para tentar a vida como compositor. Fez o primeiro samba aos 16 anos, "Na estrada da vida",  cantado no Teatro Recreio pela por Aracy Cortes, na época a cantora popular mais famosa da então capital da República. Tinha enorme dificuldade para assinar seu nome. Semi-alfabetizado, sem saber tocar um instrumento, tirava melodias apenas batucando na caixa de fósforos. Os amigos espantavam-se com a facilidade com que compunha. Flamenguista doente compôs inúmeros sambas para o time do seu coração. Cero dia, vindo do jogo Flamengo x Botafogo ficou furioso pelo "mais querido" perder. Não queria pagar o bonde e discutinho com o motorneiro disse: Eu tiro o domingo para descansar e ainda me aborreço. Assim nasceu o samba  E o Juiz Apitou:
Eu tiro o domingo para descansar/ mas não descansei que louco fui eu/ regressei do futebol todo queimado de sol/ o Flamengo perdeu pro Botafogo/ amanhã vou trabalhar/ meu patrão é vascaíno e de mim vai zombar.

Tinha adimiração pela vida da malandragem e compôs inúmeros sambas exaltando o modo de vida dos malandros entre os quais o que rendeu a famosa polêmica com Noel Rosa: Lenço no Pescoço - "Meu chapéu de lado/tamanco arrastando/ Lenço no pescoço/ navalha no bolso/Eu passo gingando provoco desafio/Eu tenho orgulho em ser vadio." Noel não gostou da letra e revidou com Rapaz Folgado: Deixa de arrastar o teu tamanco/pois tamanco "nunca foi sandalha/E tira do pescoço o lenço branco/ Compra sapato e gravata
Joga fora esta navalha que te atrapalha..." Noel lança Feitiço da Vila e Wilson ataca com Conversa Fiada: "É conversa fiada dizerem que o samba na Vila tem feitiço/
Eu fui ver para crer e não vi nada disso /A Vila é tranqüila porém eu vos digo: cuidado!/Antes de irem dormir dêm duas voltas no cadeado. Noel repondeu com aquele que se tornou um de seus clássicos: Palpite Infeliz: Quem é você que não sabe o que diz/Meu Deus do Céu que palpite infeliz/ Salve Estácio, Salgueiro , Mangueira, Osvaldo Cruz e Matriz/ que sempre souberam muito bem/que a vila não quee abafar ninguém/só quer mostrar que faz samba também. Wilson atacou ainda com Terra de Cego e Frankestein  da Vila, mas não obeteve resposta.
  
É de Wilson Batista a marcha Balzquiana, cujo título originalmente se referia ás leitoras do escritor francês Honoré de Balzac. Após a marcha, o termo passou a ser associado às mulheres de 30.
 
Wilson foi um cronista de seu tempo, passeando sua música por vários estilos: satírico, social , político, romântico. Ganhou muito dinheiro, mas cabou seus dias na miséria: Faleceu no hospital Souza Aguiar no dia 7 de Julho de 1968. Os amigos fizeram uma vaquinha para comprar seu caixão.
Cada vez mais as novas gerações descobrem o legado deixado por Wilson Batista.
Vida longa a um dos mestres da nossa música. A benção, Wilson Batista!!!

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Aos mestres com carinho

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