terça-feira, 26 de abril de 2011

"O Poder do Mito" de Joseph Campbell

                                                                                                         
Coloco alguns trechos de "O Poder do Mito" de Joseph Campbell na entrevista com Bill Moyers


Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas?

Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento. Antigamente, o campus de uma universidade era uma espécie de área hermeticamente fechada, onde as notícias do dia não se chocavam com a atenção que você era estimulado a ter em se dedicar à vida interior, no aprender, e onde não se misturava com a magnífica herança humana que recebemos de Platão, o Buda, Goethe e outros, que falam de valores eternos e que dão o real sentido à vida.

As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, onde o máximo que se exige é a disciplina para um mercado de trabalho mecanicista, toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu. Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo que aconteciam em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores pragmáticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para por no lugar. Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limiares de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria.

Quer dizer que contamos histórias para tentar entrar em contato com o mundo, para nos adaptarmos à realidade?

Sim. Por exemplo, grandes romances podem ser excepcionalmente instrutivos, porque a única maneira de você descrever verdadeiramente o ser humano é através de suas imperfeições. O ser humano perfeito é desinteressante. As imperfeições da vida, por serem nossas, é que são apreciáveis. E, quando lança o dardo de sua palavra verdadeira, o escritor fere. Mas o faz com amor. É o que Thomas Mann chamava "ironia erótica", o amor por aquilo que você está matando com a sua palavra cruel. Aquilo que é humano é que é adorável. É por essa razão que algumas pessoas têm dificuldade de amar a Deus; nele não há imperfeição alguma. Você pode sentir reverência, respeito e temor, mas isso não é amor. É o Cristo na cruz, pedindo ao Pai que afaste seu cálice de sofrimento, e que chora por Lázaro morto, que desperta nosso amor.

Aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos. Eles são histórias de nossa vida, de nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato da experiência de vida.

A mente racional, analítica, o lado esquerdo do cérebro se ocupa do sentido, da razão das coisas. Qual é o sentido de uma flor? Dizem que um dia perguntaram isso ao Buda, e ele simplesmente colheu uma flor e a deu ao seu interlocutor. Apenas um homem compreendera o que Buda queria demonstrar. Racionalmente, não fazia sentido esse gesto. Ora, mas podemos fazer a mesma pergunta para algo maior: qual é o sentido do universo? Ou qual o sentido de uma pulga? A única resposta realmente válida está exatamente ali, no existir. Qualquer formulação racional nos dá uma idéia linear da coisa, mas mata a beleza da coisa em si. Estamos tão empenhados em realizar determinados feitos, com o propósito de atingir objetivos de um outro valor, linear e longe da vibração da vida, que nos esquecemos de que o valor genuíno, o prodígio de estar vivo, é o que de fato conta. É por isso que as grandes questões filosóficas, embora sejam de fundamental importância para todos, acabam sendo a preocupação de apenas uma ínfima minoria da população. Eles esqueceram de que o valor genuíno, o prodígio de estar vivo, é o que de fato conta, e preferem se acomodar aos papeis de uma vida burguesa e adaptada ao sistema capitalista, deixando que outros, atualmente os políticos e os cientistas, tomem as decisões mais complexas por eles. Mas todos já foram crianças curiosas, não foram? A curiosidade infantil é a mesma curiosidade do filósofo. Cristo está certo quando fala que só "quem se faz como um destes pequeninos, entrará no Reino dos céus". Bom, e como podemos resgatar um pouco de nosso grande potencial humano? Lendo mitos. Eles ensinam que você pode se voltar para dentro. Busque-os e você começa a entender as suas mensagens. Leia mitos de outros povos, pois lendo mitos alheios você começara a perceber que alguns enredos são universais. Por exemplo, a lenda do Graal. A busca dos cavaleiros do Rei Arthur pelo Graal representa o caminho espiritual que devemos fazer e que se estende entre pares de opostos, entre o perigo e a bem-aventurança, entre o bem e o mal, pois não há nada de importante na vida que não exija sacrifícios e algum perigo.



O tema da história do Graal diz que a terra está devastada, e só quando o Graal for reencontrado poderá haver a cura da terra. E o que caracteriza a terra devastada? É a terra em que todos vivem uma vida inautêntica, fazendo o que os outros fazem, fazendo o que são mandados fazer, desprovidos de coragem para uma vida própria. Esquecem-se que são seres únicos, cada indivíduo sendo uma pessoa diferente das demais. A beleza de uma terra rica está exatamente na convivência dos diferentes, não na mistura deles. Se temos um lugar ou uma era em que todos se alienam e fazem a mesma coisa, temos a terra devastada: "Em toda a minha vida nunca fiz o que queria, sempre fiz o que me mandaram fazer".

O Graal se torna aquilo que é logrado e conscientizado por pessoas que viveram suas próprias vidas. O Graal representa (simboliza) o receptáculo das realizações das mais altas potencialidades da consciência humana.

O rei que inicialmente cuidava do Graal, por exemplo, era um jovem adorável, mas que, por ainda ser muito jovem e cheio de anseios de vida, acabou por tomar atitudes que não se coadunavam com a posição de rei do Graal. Ele partiu do castelo com o grito de guerra "Amor!", o que é próprio da juventude, mas que não se coaduna com a condição de ser rei do Graal. Ele parte do castelo e, quando cavalgava, um muçulmano, um não cristão, surgiu da floresta (a floresta representando o nível desconhecido do nosso psiquismo). Ambos erguem as lanças e se atiram um contra o outro. A lança do rei Graal mata o pagão, mas a lança do pagão castra o rei Graal.



O que isto quer dizer é que a separação que os padres da igreja fizeram entre matéria e espírito (já que Jesus sempre se referia ao Reino como um campo em que um semeador saiu a semear, ou uma rede atirada ao mar, ou a uma festa de núpcias, ou sobre as aves do céu e os lírios do campo, está claro que esta divisão pré-cartesiana foi fruto da mentalidade patriarcal dos pais da igreja, não do Cristo), entre dinamismo da vida e o reino do espírito, entre a graça natural e a graça sobrenatural, na verdade castrou a natureza. E a mente européia, a vida européia, tem sido emasculada por essa separação. A verdadeira espiritualidade, que resultaria da união entre matéria e espírito, tal como era praticada pelos Druidas, foi morta. O que representava, então, o pagão? Era alguém dos subúrbios do Éden. Era um homem que veio da floresta, ou seja, da natureza mais densa, e na ponta de sua lança estava escrita a palavra "Graal". Isso quer dizer que a natureza aspira ao Graal. A vida espiritual é o buquê, o perfume, o florescimento e a plenitude da vida humana, e não uma virtude sobrenatural imposta a ela. Desse modo, os impulsos da natureza são sagrados e dão autenticidade à vida. Esse é o sentido do Graal: Natureza e espírito anseiam por se encontrar uma ou outro, numa atitude holística. E o Graal, procurado nestas lendas românticas, é a reunião do que tinha sido divido, o seu encontro simboliza a paz que advém da união.

O Graal que é encontrado se tornou o símbolo de uma vida autêntica, vivida de acordo com sua própria volição, de acordo com o seu próprio sistema de impulsos, vida que se move entre os pares de opostos, o bem e o mal, a luz e as trevas. Uma das versões da lenda do Graal começa citando um breve poema: "Todo ato traz bons e maus resultados". Todo ato na vida desencadeia pares de opostos em seus resultados. O melhor que temos há fazer é pender em direção da luz, na direção da harmonia entre estes pares, e que resulta da compaixão pelo sofrimento, que resulta de compreender o outro. É disso que trata o Graal. É isso o que Buda quis dizer por tomar o caminho do meio. É isso o que significa estar crucificado entre o bom e o mal ladrão e ainda orar ao Pai...

Histórias ou contos de fadas são histórias com motivos mitológicos desenhadas especialmente para as crianças. Elas freqüentemente falam de uma menininha no limiar da passagem da infância para a descoberta da sexualidade. É por isso que chapeuzinho vermelho veste uma capa vermelha. Algo nela exige, sem que ela queira, que ela faça o percurso pelo meio da floresta (nosso lar de origem, onde se esconde nossos instintos), até chegar à casa da vovó (a cultura tradicional que devemos respeitar). Chapeuzinho está em fase de transição. A capa vermelha lembra o sangue da menstruação. A jovem é algo muito atraente para o Lobo. Ainda hoje dizemos que um homem apaixonado e desejoso por uma mulher é um lobo. E ela não pode evitar de conversar com o Lobo no meio da caminho. O Lobo a atrai também. Na história original, chapeuzinho se transforma numa loba, ela sabe que a velha cultura repressora deve ser morta para que ela possa sentir o que deseja. Ela entende o sofrimento do lobo.

Uma outra história semelhante é a da Bela Adormecida. Ao completar dezesseis anos, a princesa parece hesitar diante da crise da passagem da infância à idade adulta e se sente atraída a furar o dedo na roca que a fará adormecer. Enquanto dorme, o príncipe ultrapassa todas as barreiras que ela, sem querer, levantou contra a sua maturação e vem oferecer a ela uma boa razão para aceitar crescer. O beijo mostra que crescer, ao final de contas, tem seu lado agradável. Todas aquelas histórias coletadas pelos irmãos Grimm representam a menininha paralisada. Todas aquelas matanças de dragões e travessias de limiares têm a ver com a ultrapassagem da paralisação, com a superação dos demônios internos.

Os rituais das "primitivas" cerimônias de iniciação têm sempre uma base mitológica e se relacionam ou à eliminação do ego infantil quando vem à tona o adulto, ou visa à por a prova o iniciado aos próprios medos e demônios internos. No primeiro caso, a coisa é mais dura para o menino, já que para a menina a passagem se dá naturalmente. Ela se torna mulher quer queira ou não, mas o menino, primeiro, tem de se separar da própria mãe, encontrar energia em si mesmo, e depois seguir em frente. É disso que trata o mito do "Jovem, vá em busca de seu pai". Na Odisséia, Telêmaco vive com a mãe. Quando completa vinte anos, Atena vem a ele e diz: "Vá em busca de seu pai". Este é o tema em todas as histórias. Às vezes é um pai místico, mas às vezes, como na Odisséia, é o pai físico.

O tema fundamental nos mitos é e sempre será a da busca espiritual. Vemos que nas vidas dos grandes Mestres espirituais da Humanidade sempre nascem lendas e mitos ligados a eles, figuras históricas reais. A história real de Jesus, por exemplo, parece representar uma proeza heróica universal. Primeiro, ele atinge o limite da consciência do seu tempo, quando vai à João Batista para ser batizado. Depois, ultrapassa o limiar e se isola no deserto, por quarenta dias. Na tradição judaica, o número 40 é mitologicamente significativo. Os filhos de Israel passaram quarenta anos no cativeiro, Jesus passou quarenta dias no deserto. No deserto, Jesus sofreu três tentações. Primeiro, a tentação econômica, quando o Diabo diz: "Você parece faminto, meu jovem! Por que não transformar estas pedras em pão?" Depois vem a tentação política. Jesus é levado ao topo da montanha, de onde avista as nações do mundo, e o Diabo diz: "Tudo isto te darei, se me adorares", que vem a ser uma lição, ainda não compreendida hoje, sobre o quanto custa ser um político bem-sucedido. Jesus recusa. Finalmente o Diabo diz: "Pois bem, já que você é tão espiritual, vamos ao topo do templo de Herodes e atira-te lá embaixo. Deus o acudirá e você não ficará sequer machucado". Isto é conhecido como enfatuação espiritual. Eu sou tão espiritual que estou acima das preocupações da carne e acima deste mundo. Mas Jesus é encarnado, não é? Então ele diz: "Você não tentará o senhor, teu Deus". Essas são as três tentações de Cristo, tão relevantes hoje quanto no ano 30 de nossa era.

O Buda, também, se dirige à floresta e lá entretêm conversações com os gurus da época. Então ultrapassa-os e, após um período de provações e de busca, chega à árvore boddhi, a árvore da iluminação, onde igualmente enfrenta três tentações (isso quinhentos anos antes de Cristo). A primeira tentação é a da luxúria, a segunda, a do medo e a terceira, a da submissão à opinião alheia.

Na primeira tentação, o Senhor da Luxúria exibe suas três belíssimas filhas diante de Sidarta. Seus nomes são Desejo, Satisfação e Arrependimento - passado, presente e futuro. Mas o Buda, que já se havia libertado do apego a toda a sensualidade, não se comoveu.

Então o Senhor da Luxúria se transformou no senhor da Morte e lançou contra Sidarta, o Buda, todas as armas de um exército de monstros. Se Sidarta se apavorar, todas as armas se materializariam. Mas o Buda tinha encontrado em si mesmo aquele ponto imóvel, interior, o self, como diria Jung, que pertence à eternidade, intocado pelo tempo. Uma vez mais não se comoveu e as armas atiradas se transformaram em flores de reverência.

Finalmente, o Senhor da Luxúria e da Morte se transformou no temível Senhor dos Deveres Sociais, e perguntou: "Meu jovem, você não leu os jornais da manhã de hoje? Não sabe o que há para ser feito?" A resposta do Buda foi simplesmente tocar o chão com as pontas dos dedos da sua mão direita. Então a voz da deusa-mãe/deus-pai do universo se fez ouvir no horizonte, dizendo: "Este aqui é meu filho amado, e já se doou de tal forma ao mundo que não há mais ninguém aqui a quem dar ordens. Desista dessa insensatez." Enquanto isso, o elefante, no qual estava o Senhor dos Deveres Sociais, curva-se em reverência ao Buda e toda a corte do Antagonista se dissolveu, como num sonho. Naquela noite, o Buda atingiu a iluminação e permaneceu no mundo, pelos cinqüenta anos seguintes, ensinando o caminho da extinção dos grilhões do egoísmo.

Pois bem, as duas primeiras tentações - a do desejo e a do medo - são as mesmas que Adão e Eva parecem ter experimentado, de acordo com o extraordinário quadro de Ticiano, concebido quando o pintor estava com noventa e quatro anos de idade. A árvore é o mitológico axis mundi, aquele ponto em que tempo e eternidade, movimento e repouso, são um só, e ao redor do qual revolvem todas as coisas. Ela aparece ali, representada apenas em seu aspecto temporal, como a árvore do conhecimento do bem e do mal, ganho e perda, desejo e medo. À direita está Eva, que vê o Tentador sob a forma de uma criança, oferecendo-lhe a maçã, e ela é movida pelo desejo. Adão, do lado oposto, vê os pés monstruosos do tentador ambicioso, e é movido pelo medo. Desejo e medo: eis as duas emoções pelas quais é governada toda a vida na terra. O desejo é a isca, a morte é o arpão.

Adão e Eva se deixaram tocar; o Buda, não. Adão e Eva deram origem à vida e foram estigmatizados por Deus; o Buda ensinou a libertar-se do medo de viver.

No filme de Geoge Lucas, Guerra nas Estrelas o vilão Darth Vader representa uma figura arquetípica. Ele é um monstro porque não desenvolveu a própria humanidade. Quando ele retira a sua máscara, o que vemos é um rosto informe, de alguém que não se desenvolveu como indivíduo humano. Ele é um robô. É um burocrata, vive não nos seus próprios termos, mas nos termos de um sistema imposto. Este é o perigo que hoje enfrentamos, como ameaça às nossas vidas. O sistema vai conseguir achatá-lo e negar a sua própria humanidade, ou você conseguirá utilizar-se dele para atingir seus propósitos humanos? Como se relacionar com o sistema de modo a não o ficar servindo compulsivamente? O que é preciso é aprender a viver no tempo que nos coube viver, como verdadeiros seres humanos. E isso pode ser feito mantendo-se fiel aos próprios ideais, como Luke Skywalker no filme, rejeitando as exigências impessoais com que o sistema pressiona. Ainda que você seja bem sucedido na vida, pense um pouco: Que espécie de vida é essa? Que tipo de sucesso é esse que o obrigou a nunca mais fazer nada do que quis, em toda a sua vida? Vá aonde seu corpo e a sua alma desejam ir. Não deixem que escolham por você. Quando você sentir que encontrou um caminho, que é por ali, então mantenha-se firme no caminho que você escolheu, e não deixe ninguém desvia-lo dele.

Você poderá dizer: "isso é ótimo para a imaginação de um George Lucas ou para as teorias de um Joseph Campbell, mas não é o que acontece em minha vida".

Errado! Você pode apostar que acontece, sim - e se a pessoa não for capaz de reconhece-lo, isso poderá transforma-lo num Darth Vader. Se o indivíduo insiste num determinado programa e não dá ouvidos ao próprio coração, corre o risco de um colapso esquizofrênico. Tal pessoa colocou-se a si mesma fora do centro, alistou-se num programa de vida que não é, em absoluto, aquilo em que o corpo está interessado. O mundo está cheio de pessoas que deixaram de ouvir a si mesmos, ou ouviram apenas os outros, sobre o que deviam fazer, como deviam se comportar e quais os valores segundo os quais deveriam viver. Mas qualquer um tem potencialidade para correr e salvar uma criança. Está no interior de cada um a capacidade de reconhecer os valores da vida, para além da preservação do corpo e das ocupações do dia-a-dia.

Os mitos estimulam a tomada de consciência da sua perfeição possível, a plenitude da sua força, a introdução da luz solar no mundo. Destruir monstros é destruir coisas sombrias. Os mitos o apanham, lá no fundo de você mesmo. Quando menino, você os encara de um modo. Mais tarde, os mitos lhe dizem mais e mais e muito mais. Quem quer que tenha trabalhado seriamente com idéias religiosas ou míticas sabe que, quando crianças, nós as aprendemos num certo nível, mas depois outros níveis se revelam. Os mitos estão muito perto do inconsciente coletivo, e por isso são infinitos na sua revelação.

Joseph Campbell



Predadores reforça o ideal neoliberal

Desde do filme clássico de 1987 com Arnold Schwarznegger que não dou muita atenção às sequências do Predador. Na maioria das vezes como nos dois Aliens versus Preador, são apenas caça-níqueis que nada acrescentam a mitoliga do personagem. Foi sem esperar grande coisa que assisti a esse último Predadores (Predators, no original) que traz no elenco Adrien Brody e a brasileira Alice Braga, entre outros e que no Brasil foi lançado diretamente para o mercado de DVDs. O filme é até bem feito, um bom produto de entretenimento onde o forte realmente são as sequências de ação voltando ao ambiente de selva do primeiro filme. Entretanto o que mais chama a atenção é a defesa do vale- tudo capitalista e do individualismo que o longa faz. Como num reality show cada personagem luta por sua sua própria sorte, a colaboração e a ajuda são desencorajados e toda vez que um personagem ajuda o outro fica a mensagem para o público: "Está vendo? Se ele cuidasse de si ao invés de pensar nos outros, não estaria nessa situação crítica."  No fim os humanos são retratados como tão predadores como os aliens e é aí que o filme pode se defender das acusações, visto que os personagens centrais não são os melhores representantes da espécie humana. Mas de qualquer forma a mensagem foi passada e  nem será notada pelo público, pois já está assimilida. De qualquer forma para quem é chegado em sequências de ação o filme é uma boa pedida. É só saber interpretar a mensagem.

domingo, 24 de abril de 2011

Enquanto não posso comprar, só posso postar II

       Até hoje não entendi o sucesso dessa postagem sobre action figures. Ela se tornou uma das mais visitas do blog. Por conta disso aqui vão mais alguns action figures. Bom divertimento!!!



Wolverine da série Malvel Zumbis



O Retorno de Jedi



Logos de action figures do Superman


                                                                                                                   
O Charada
                                                                 

Apocalipse, inimigo dos X-Men

Esse fez parte da infância d emuita gente
                                                                 

Wolverine das antigas que vinhas com escudo mágico- anos 1980





Batman


Thor não aparecerá assim no filme: Esse é da série Marvel Zumbis



Kamen Rider Amazon - dos anos 1970

Momento nostalgia - Arquivo X

            A Verdade está lá fora. Durante nove anos essa frase fez parte da vida de milhões de fãs no mundo todo. Tendo sua estréia em 1993, Arquivo X (X Files no original)  logo se tornou um fenômeno de público e crítica além de abrir durante os anos 90 uma febre em torno de alienígenas. A série era sobre um casal de agentes do FBI, o crédulo Fox Mulder e a cética Dana Sculy, que faziam parte de uma divisão chamada Arquivo X que era encarregada de investigar crimes sem explicação lógica (os crimes podiam envolver espíritos, alieníginas, vampiros, mutantes, forças da natureza, etc.). A agente Sculy sempre tinha uma explicação lógica para tudo que acontecia, dando um respaldo científico ao Arquivo X. Já Mulder sempre estava aberto às "possibilidades extremas" e não descartava o sobrenatural.


                                         
                                                      
           A grande mitologia da série era a colonização da Terra por aliens, orquestrada por um suposto governo secreto mundial. Além de nove temporadas a série rendeu dois filmes para cinema, um em 1998 e outro em 2008. Depois da quinta temporada a série perdeu um pouco do fôlego e já não era o fenômeno dos anos 1990 em parte a menos partipação do David Duchovini (intérprete do Mulder) que teria se desentido com a direção e  a Fox, detentora os direitos da série. Arquivo  X chegou ao fim em 2002 num episódio de duas horas de duração. Até hoje toda vez que surge uma série envolvendo mistério como "Lost" surge a espectativa que seja a herdeira de Arquivo X. A verdade continua lá fora...                 


quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que Você Tem na Cabeça? e Vozes de Moçambique DIA 27 na FACHA

                              No próximo dia 27 de Abril os Documentários O Que Você Tem na Cabeça?  e Vozes de  Moçambique participarão da Mostra de Curtas Metragens e documentários realizada pela FACHA. Serão três horários de exibição: 9h30, 15h e 19h30. A mostra tem o objetivo de reunir trabalhos de alunos e ex-alunos da Faculdade que trrilharam o caminho do audiovisual. A entrada é franca.


O Que Você Tem na Cabeça?
Direção: Carlos Maia Montagem: Leticia Pantoja
19 minutos, 2010
O documentário aborda o modo nos relacionamos com nossos cabelos. A partir da aparência, o filme pretende mostrar como o brasileiro quer ser visto e as representações que faz de si mesmo. Com a participação de Zezé Motta.
Trailer: http://www.vimeo.com/15232648


                                                 
Cartaz feito para a exibição no Cineclub Atlântico Negro
                                                       
 
           O documentário Vozes de Moçambique - Um paralelo com o Brasil passeia pela literatura moçambicana, mostrando alguns de seus maiores expoentes além de fazer, passando por momentos importantes da história desse jovem país africano. O filme da estudante de cinema Yana Campos faz ainda um paralelo com o Brasil no plano cultural, social e político. Direção: Yana Campos, 2011             
  Assista abaixo ao trailer de O Que Você Tem na Cabeça?
 
              

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Arte nos quadrinhos?

       Entretenimento, alienação, refletem o mundo em que vimemos, visão de mundo imperialista, etc. Cada um tem a sua visão sobres os Comics (como as HQs são conhecidas nos E.U.A.  Aqui algumas imagens do genial Alex Ross e outras de vários personagens em quadrinhos.

















             








                                                      

















Barbies negras

            Quando se fala em Barbie já temos a idéia de como é a imagem da boneca. Agora mostro aqui algumas Barbies bem diferentes daquelas que são vendidas no Brasil e no resto do mundo e que definiram a imagem desse brinquedo que já foi (e ainda é?) o sonho de muitas meninas. Essas já foram comecializadas no Brasil? Deleite-se.












                                














                                                                                                              


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Realengo - por seus moradores

                  Por conta da atrocidade ocorrida aqui em Realengo, a imprensa começa a dar uma visão negativa do bairro sem se preocupar em como ficará a estima e o estigma dos moradores. Aqui vai um trecho do meu documentário Estação Realengo, exibido dentro do quadro Outro Olhar, da TV Brasil.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

Comhabito: Arte e cultura com cidadania

Dando aqui uma visibilidade a um projeto bacana feito por jovens para jovens:

        "Em meados do ano de 1999, um grupo de jovens do Conjunto Habitacional D. Pedro I - Cohab, em Realengo, que se reuniam para bate papo informais começaram a discutir assuntos polêmicos como violência, drogas, falta de escolaridade, espaços públicos, atividades culturais, esportivas, cuidado com patrimônio público, meio ambiente, dentre outras questões que lhes eram apresentadas como problemas na comunidade em que viviam. Desejosos de uma mudança de comportamento e ações que não eram oferecidas pelo poder público à comunidade, este grupo, inicialmente sem nenhuma pretensão de formalidade, começava a indagar como poderiam contribuir com uma mudança de postura participando ativamente na realidade  local e começaram a se informar como poderiam mudar aquele cenário.

              Muitas informações chegaram através de visitas a comunidades de amigos que já tinham trabalhos e experiências com ações comunitárias e o que fez com que essa necessidade aumentasse. Com o passar dos anos e o amadurecimento destes cidadãos, este grupo de jovens se organizou e se regularizou, realizando diversas ações sócio-culturais, ambientais, esportivas e na área de saúde preventiva na Cohab – Realengo entre os anos de 2000 a 2007.

Muitos optaram por outras áreas de atuação, tomando outros rumos, mas todos deixaram um legado positivo para a comunidade com as ações realizadas.
Então, outra história está sendo escrita na comunidade, outro trabalho está surgindo com propostas inovadoras de cultura diversificada, informação, saúde e meio ambiente, aliada à tecnologia, uma vez que, a juventude está cada vez mais conectada à estes avanços.
Hoje, nesta nova realidade, um trabalho voltado para crianças e jovens deu-se início em setembro de 2010, que foi a implantação de uma oficina de percussão, com a missão de levar música diversificada para uma juventude que até então vivia com seu horizonte voltado para só um gênero musical. Esta oficina está dando oportunidade aos jovens de conhecer, desenvolver e trabalhar vários aspectos importantes para a formação do cidadão, como: responsabilidade, amizade, percepção auditiva, musicalidade, coordenação motora e criatividade, uma vez que, todos estão tendo a oportunidade de expressar suas habilidades, seja ela qual for em prol do grupo. 



Nosso objetivo principal é a consolidação deste grupo como idealizador e realizador de ações sócio educativas em diversas áreas, para que consigamos atender a um maior número de jovens da comunidade, abrangendo também as adjacências. Seja ele presencial ou através de redes sociais, afim de, aproximar estes jovens à realidade de sua comunidade e fazê-lo contribuir de forma efetiva para sua melhoria.
Dentre os objetivos específicos podemos destacar alguns da seguinte forma:
· Implantar de forma qualificada e efetiva os projetos propostos pelo grupo e também por diversos órgãos parceiros que vêm aderindo nossas propostas;
· Tornar os jovens protagonistas das ações, desde a elaboração até a execução, uma vez que, a gestão participativa tem que se tornar realidade, pois vários jovens de projetos realizados por nós hoje são voluntários do grupo;
· Solidificar a Banda Multicultural Comhabito, que é principal oficina do grupo de iniciação musical com percussão para jovens, fazendo um resgate da cultura popular brasileira iniciada em setembro de 2010;
· Executar projetos culturais, esportivos, ambientais, educacionais e na área de trabalho e renda;
· Pesquisas sociais envolvendo a comunidade para futuro estudos;

Dentre as realizações deste novo grupo, podemos destacar as experiências anteriores, como integrantes de outro grupo, mas deixando o legado de atividades realizadas, tais como:

· Programas educacionais em praças e escolas;
· Eventos e projetos culturais com objetivo de comemoração e conscientização de datas históricas;
· Eventos culturais voltado para trabalhos artesanais, incentivo ao desenvolvimento local através de projetos de trabalho e renda;
· Campanhas educativas na área de saúde e prevenção;
· Projetos esportivos, agindo como ferramenta de inclusão social;
· Ações de articulação comunitária;
· Projetos Ambientais; dentre outras ações.
Nosso público alvo são os jovens na faixa etária de 08 a 18 anos. Público este, que é desassistido pela falta de projetos que os contemplem. Estes jovens seriam selecionados através de entrevistas sociais e separados por faixa etária, de acordo com o projeto oferecido pelo grupo".
      
É a galera de Realengo lutando por um bairro, uma cidade, um Brasil melhor e mais humano.

Aos mestres com carinho

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